Meditação do Passado e do Futuro
Com frequência, tanto eu quanto uma infinidade de outros terapeutas, sublinhamos a importância de se inserir a meditação na rotina de vida. Dispomos de programas televisivos e de um sem número de livros e de matérias na internet sobre o assunto, o que dispensaria mais um artigo a este respeito.
No entanto, existem várias formas de se meditar e ela é uma prática absolutamente simples e individual. O que acaba paradoxalmente complicando a vida dos iniciantes na prática.
Por isso, decidi hoje apresentar uma técnica rápida e muito elegante, de efeito imediato sobre o físico e o emocional, para aumentar o repertório daqueles que já meditam e dar uma forcinha para aqueles que pretendem iniciar, mas acabam se atrapalhando um pouco até engatilhar no processo.
Como o mais difícil acaba sendo sempre a questão de como administrar o fluxo de pensamentos e o conceito de estar inteiro no tempo presente, sugiro uma técnica que oferece uma participação ativa do mental neste sentido. Esta técnica que se chama MEDITAÇÃO DO PASSADO E DO FUTURO e se encontra descrita no livro MÃOS DE LUZ de Barbara Ann Brennan (Editora Pensamento).
Vamos a ela:
Busque uma ambiente agradável e tranquilo, silenciando telefones e campainhas. Coloque-se em posição confortável, de preferência sentado com as costas retas. Feche ligeiramente os olhos e faça uma checagem rápida pela percepção do corpo todo, verificando os pontos onde a tensão muscular persiste e pode receber ainda mais relaxamento e conforto. Faça os movimentos necessários de alongamento para aliviar estas contraturas e ache seu ponto de repouso consciente.
Tendo resolvido as questões referentes ao ambiente externo e ao interno, comece a focar a sua atenção na respiração, a princípio, apenas observando passivamente o processo natural dos ciclos de inspiração e de expiração.
Então, comece a interferir na respiração fazendo uma contagem mental de forma que se estabeleça um ritmo constante num ciclo de 4 etapas: primeiro inspira, segundo segura o ar, terceiro expira, e quarto fica sem o ar. Cada uma destas etapas deve durar aproximadamente o mesmo tempo em segundos, por exemplo, contando lentamente até 4 em cada uma delas, ou com o mesmo tempo nas partes ativas e um outro tempo menor para as partes passivas do processo, por exemplo contando até 5 na inspiração e expiração e contando até 3 com pulmões cheios e com eles vazios. Cada pessoa encontrará seu ponto de equilíbrio com a sua contagem. Este processo vai sendo repetido até que se torne natural.
Neste momento, nova interferência se faz na respiração. A cada inspiração, você vai mentalizar que está inspirando o futuro com todas as suas possibilidades. Ao expirar, junto com o ar você solta e libera o passado e todas as suas marcas. Inspira o futuro que deseja criar e está por vir e expira o passado que já foi e que quer deixar ir. Assim, o tempo vai passando por você de forma que os momentos sem ar antes de inspirar ou com ar antes de expirar, sejam momentos de metabolização interna deste processo e que, entre o passado e o futuro, exista um momento presente, que é o agora onde você se encontra conscientemente. O tempo passa por você e você fica num eterno presente. O fluir constante do tempo continua existindo, mas você se torna capaz de viver e de compreender claramente o que é vivenciar esta prerrogativa da meditação do eterno momento presente consciente.
Entendeu?
Agora experimenta!