Acupontos

Acuponto é o nome em português para referir os pontos espalhados por todo o perímetro do corpo físico que são sensíveis a estímulos mecânicos, térmicos, magnéticos, elétricos (ou qualquer outra forma de manipulação energética) e estão relacionados com a condição de saúde da pessoa. O número de acupontos catalogados pela Medicina Tradicional Chinesa gira em torno de 400, mas nem todos são utilizados nas rotinas terapêuticas. A grande maioria destes pontos estão distribuídos ao longo de canais por onde flui a energia vital (Qi), chamados de meridianos. Alguns pontos, chamados de pontos extras, estão distribuídos fora desta malha de meridianos, mas nem por isso são menos utilizados ou têm menor eficiência.

A mecânica deste sistema de distribuição de Qi pode ser comparada com a da circulação sanguínea, onde o sangue deve alcançar a todas as células, mas percorre seu trajeto dentro de canais (vasos) próprios para este fim. A partir de alguns problemas, em alguns pontos o sangue pode vazar para fora dos vasos, em outros pode coagular formando estagnações, gerando distúrbios não apenas no local onde se encontra o problema, mas distalmente, por comprometer grande parte do fluxo da malha sanguínea, gerando dor e doença.

A diferença é que sangue é matéria e Qi é energia.

Apesar de serem igualmente importantes para promover a vida, os métodos de detecção e correção dos desequilíbrios em seus sistemas variam e demandam conhecimentos específicos.

No caso da acupuntura, o conhecimento da localização destes acupontos é vital ao bom resultado do tratamento. No entanto, o mapeamento geográfico deste pontos energéticos, por mais preciso e bem elaborado que seja, será sempre um guia aproximado. Quando falamos de seres vivos, não se pode falar em generalizações passíveis de um tabelamento estanque, muito menos no que tange a sistemas sutis como o proposto pela Medicina Oriental.

Desta forma, além do conhecimento técnico da localização anatômica aproximada de cada ponto, há a necessidade do desenvolvimento de uma sensibilidade extra por parte do acupuntor, no tateamento da pele na busca do que chamamos de ponto vivo, aquele que corresponde ao acuponto naquele corpo, naquele momento. Cicatrizes, tatuagens, pinos ou próteses metálicas, cirurgias, cistos, tumores, enfim, diferentes alterações anatômicas podem alterar temporária ou permanentemente o percurso de alguns meridianos de energia, levando a diferentes localizações de acupontos.

A acupuntura de origem japonesa, muito mais delicada na lide com a energia sutil, chama os acupontos de Tsubo. Para os praticantes desta variante da técnica, o tsubo ficou conhecido como ponto vivo, pois vai além das tabelas e mapas e se mostra sensível ao toque de um acupunturista experiente. No trabalho com o tsubo na perspectiva palpatória da acupuntura japonesa, o índice de erro diminui e a efetividade da terapêutica aumenta consideravelmente.