Fertilidade em foco
Com o avanço da sociedade, as pessoas vão se conscientizando da inutilidade dos rótulos e das barreiras sociais, o que vai diminuindo as diferenças entre os gêneros, que historicamente colocaram as mulheres num patamar inferior na escala social. Desta forma, a gravidez e a maternidade, que sempre foram o centro da vida das mulheres, passaram a dividir espaço com outros interesses fora do reduto da família. Juntamente com este, outros fatores tem aumentado progressivamente a idade da primeira (ou única) gestação, trazendo alguns desafios para esta geração de mulheres.
São as inevitáveis dificuldades para engravidar em mulheres cada vez mais velhas (no sentido cronológico) e muitas vezes menos saudáveis (no sentido geral), devido principalmente ao estresse crônico, a má alimentação, o sedentarismo, o excesso de medicação e poluição, etc.
Portanto, uma queixa cada vez mais comum em nossos consultórios de acupuntura são o de mulheres com desafios na área da fertilidade.
Numa sociedade cada vez mais Yang, onde a mulher tem que se adaptar a este ritmo muito mais masculino de ser, onde fica o Yin, aspecto feminino/receptivo fundamental para a concepção?
Afora as elucubrações filosóficas sobre o tema que não cabem aqui, o que como acupunturistas podemos fazer efetivamente para ajudar este casal que quer engravidar?
A acupuntura tem sido muito eficaz neste território ajudando vários casais, muitas vezes até desenganados pela ciência, no campo da fertilização. A sabedoria oriental não se vale de fórmulas estanques, como prescrições para isto ou aquilo. Há sempre que se fazer um estudo do caso, palpando os pontos de alarme energético e verificando onde estão os gatilhos do desequilíbrio fisiológico desta pessoa.
O mais importante, sempre, é ter a energia Qi fluindo livremente pelos canais, sem excessos, estagnações ou escassez. Onde há energia vital fluindo, há vida. Quando nesta situação, temos o equilíbrio hormonal, a circulação adequada de sangue, a imunidade saudável, o equilíbrio entre as forças Yin e Yang, a força vital em potência nos 5 movimentos, enfim, a saúde em harmonia permitindo que o organismo direcione sua energia vital para o abençoado projeto da gravidez.
Neste sentido, vemos a diferença básica com os protocolos oferecidos pela medicina ocidental que focam apenas nos problemas ginecológicos e hormonais, cujas intervenções farmacológicas muitas vezes sobrecarregam ainda mais um organismo que já se encontrava fragilizado e em desequilíbrio.
Então, para que o corpo feminino possa funcionar como um portal da vida espiritual para a vida física, trazendo um novo ser à vida, há que se cuidar do ser como um todo, buscando o equilíbrio. O casal deve buscar a harmonia da saúde física com alimentação natural e plena de vitalidade, deve ter atividade física regular favorecendo a circulação de sangue e energia, deve primar pelo equilíbrio adequado entre sono e vigília atenuando os efeitos do estresse, deve buscar o lazer saudável com a produção de estados de prazer e alegria. Assim fazendo, se cuida do físico, do emocional e do espiritual e abre-se mais facilmente as portas para quem quiser se juntar a esta família.
Se ainda assim não for suficiente, a acupuntura pode ajudar muito.
Antes, durante e depois da gestação.