Vamos falar sobre sexo?
A medicina chinesa já nos ensinou que sangue e energia são duas entidades mantenedoras da vida que são distintas, mas inseparáveis. São como um casamento antigo onde o "até que a morte os separe" é de verdade, pois quando estes dois se separam é quando ocorre a morte do corpo físico.
Então é na relação íntima entre sangue (matéria) e energia (espírito) que se dá e se mantém a vida orgânica.
E, falando em relação íntima, podemos analisar algumas peculiaridades da sexualidade humana numa perspectiva mais energética, fornecida pelo conhecimento da medicina chinesa.
Por exemplo, é bem conhecido o mecanismo da ereção sexual masculina, onde um pequeno volume de sangue, cerda de 50 ml, preenche os corpos cavernosos promovendo a rigidez do pênis, o que é liberado imediatamente após o orgasmo. Com o corpo feminino acontece fenômeno semelhante. Com a estimulação sexual, um fluxo de sangue se direciona para a pelve, irrigando os órgãos reprodutores internos e externos gerando a excitação.
Este é o detalhe que faz toda a diferença, pois no corpo da mulher há órgãos reprodutores internos que recebem este aporte sanguíneo, o que sugere um influxo superior aos 50 ml disponibilizados para irrigar apenas o pênis. Neste caso, igualmente ao que ocorre com o homem, o sangue ali acumulado será liberado com o orgasmo. E é aí que encontramos o maior problema. Infelizmente, as estatísticas apontam que apenas cerca de 30% das mulheres alcançam o orgasmo durante a relação sexual.
Então, aquele sangue que foi chamado para a pelve pela estimulação, não é escoado pelo orgasmo, o que resulta em uma congestão sanguínea pélvica, que se associa à estagnação de energia (lembra que sangue e energia andam sempre juntos?), o que na acupuntura japonesa se chama Oketsu.
Oketsu pode ter outras causas e se localizar em outras partes do corpo, mas o resultado é sempre o mesmo: sintomas de dor, inchaço, desconforto, etc, decorrentes da estagnação do que deveria estar circulando.
Neste ponto a medicina oriental, em especial a acupuntura japonesa, é extremamente eficaz na retirada dos efeitos deste mal, colocando a energia para circular de forma adequada novamente. No entanto, se causa persistir, os efeitos voltarão a acontecer.
Neste caso, aconselhamos a mulher com anorgasmia ou hipoatividade sexual, bem como com outras disfunções em sua vida afetivo-sexual, a buscar ajuda especializada junto a profissionais da psicologia e da ginecologia.
O péssimo hábito feminino de fingir orgasmos deve ser substituído por uma relação de maior transparência e cumplicidade entre o casal, buscando o bem comum e a satisfação, pois um dos sintomas mais comuns deste oketsu abdominal é a temida TPM.
O que também não quer dizer que ter um orgasmo resolve tudo. O que resolve é o equilíbrio, sempre.