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Furar ou não furar, eis a questão


A grande maioria das pessoas já está familiarizada com o conceito da auriculoacupuntura. Nela temos um microssistema, ou seja, temos o corpo todo representado em uma parte dele, no caso, o pavilhão auditivo. A orelha tem o formato sugestivo de um bebê de cabeça para baixo e os acupontos seguem esta correlação anatômica.

Então, uma mãe bastante consciente me ligou perguntando se haveria como mapear a orelha de sua filha de 4 anos de forma a permitir que o seu lóbulo fosse perfurado sem prejudicar energeticamente o organismo.

A resposta para esta pergunta não é algo simples. A princípio a resposta é não, não há como mapear um ponto neutro, até porque, se ele existir, o fato de se colocar um brinco neste orifício já se produz, pela presença dos metais e possíveis pedras do brinco, uma alteração energética nas redondezas do orifício o que vai afetar os pontos circunvizinhos. Lembrando que acupuntura é uma medicina vibracional que trabalha com a energia que flui pelo corpo todo.

Brincos de pressão também são inadequados, pois a pressão contínua possui o efeito de bloqueio e sedação dos pontos localizados na região. No caso do furo, a presença contínua ou intermitente de objetos trespassando o ponto funciona como estimulação constante.

Eu, que tenho as orelhas furadas e uso brincos regularmente, sugeri a esta mãe que comprasse brincos adesivos, vendidos em papelarias e adiasse ao máximo interferir na região.

Quais são as consequências de ter as orelhas furadas? No geral, a perfuração em locais de acupontos anula os efeitos daquele ponto. É como uma mutilação energética sem maiores consequências. Mas, sempre há alternativas e formas de se contornar no caso de eventuais problemas.

Eu não tenho por hábito utilizar a auriculoacupuntura em meus pacientes por acreditar ser o seu efeito muito limitado. Por isso mesmo acredito que a perfuração para brincos não seja tão perniciosa, a não ser que se opte por regiões de cartilagem, que são anatomicamente inadequadas por questões de circulação de sangue, dor e risco de infecções.

Sabemos que a vaidade infelizmente se sobrepõe a saúde, mas neste caso, não acredito que esta sobreposição possa gerar algum problema futuro de maior relevância.

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