Por fora, bela viola. Por dentro, pão bolorento
Aprendemos desde muito cedo a cuidar da higiene e da aparência física. Nos apresentamos socialmente de forma a obter os melhores resultados em termos de aceitação e adequação. Se for preciso, lançamos mão de recursos como a maquiagem para disfarçar pequenos defeitos por meio do visagismo e da paleta de cores que mais nos favorece, ou até de cirurgias que podem modificar radicalmente aquilo que veio impresso em nossos genes. Nada de mal nisso, se esta for apenas uma parte do empenho nos cuidados pessoais.
É bem verdade que também aprendemos o que faz bem e o que faz mal à saúde, o que se pode e o que não se pode fazer em termos de alimentação e hábitos, mas não somos treinados a fazer uma higiene dos nossos pensamentos, sentimentos e portanto da nossa energia vital.
A energia vital é aquela que dá vida ao corpo material, sem a qual ele seria apenas um pedaço de carne. Esta energia, de acordo com a medicina tradicional chinesa provém de duas origens diferentes: uma é não renovável que é a energia recebida dos pais ao nascer e que deve acompanhar o ser durante toda a sua vida, se apagando com sua morte. A outra fonte é renovável, que pode ser subdividida entre as obtidas por meio dos processos fisiológicos de respirar e comer; e uma outra mais sutil, obtida pelos processos mentais e emocionais. Na verdade, os pensamentos e sentimentos não geram energia vital em si, mas modulam suas características e qualidades. Por exemplo a raiva é uma emoção tão intensa que é capaz de modificar o ritmo cardíaco, a cor da pele do rosto, a respiração e todo o padrão de circulação da energia Qi pelos canais ou meridianos, afetando não apenas a saúde psicológica, mas igualmente a física. O mesmo acontece com a alegria, sendo como um mesmo vetor, com direção oposta.
Assim temos que nossos hábitos alimentares, de atividade física, padrões de sono, vida social e sexual, padrões de respostas aos estímulos do meio, características emocionais e de personalidade, padrões posturais, vícios, manias, etc, compõem um grande conjunto de elementos que será responsável pelo padrão de energia que irá circular pelos nossos meridianos e portanto da saúde que teremos.
Uma boa avaliação médica e um aconselhamento nutricional serão de valorosa ajuda para uma constituição sólida de saúde. Se a isto agregarmos aparo e educação emocional, possivelmente com um processo de psicoterapia, potencializamos esta saúde por meio dos processos de higiene mental, de autoconhecimento e do amadurecimento social. E avançando mais, indo além da esfera física e emocional e adentrando na esfera energética do ser que não é uma terceira instância, mas uma instância matriz destas outras, teremos o cuidado mais amplo da saúde integral do ser.
Para isto, além dos exames de rotina e das visitas ao médico e ao psicólogo, faça uma avaliação e um tratamento junto a um bom acupunturista.