Saúde Remediada
O que seria de nós se não fosse a medicina ocidental e seu arsenal farmacêutico e de procedimentos a nos salvar nos momentos de dor e de doença ou quando a vida está em ameaça? Jamais teríamos atingido a marca de expectativa de vida que ora se desenha em nossas terras. No entanto, exatamente a partir do mesmo princípio que transforma uma substância química qualquer em veneno ou remédio, a sua quantidade, é que pecamos no uso dos medicamentos. O problema é exatamente a quantidade de substâncias químicas artificiais que ingerimos diariamente. Só com a alimentação, estima-se que o brasileiro consuma em média 10 quilos de agrotóxicos por ano. Isto sem se considerar a quantidade de poluição química contida na água e no ar. Acrescente-se a isto a nossa falta de tempo e o excesso de atividades cotidianas que nos faz primar pela saída mais rápida e fácil. Aqui falamos especificamente dos medicamentos. Nada contra, até porque uma das minhas formações acadêmicas é a de farmacêutica-bioquímica. Acredito, valorizo e utilizo, quando necessário, fórmulas farmacêuticas. No entanto, muitas vezes, não queremos mais trabalho, mais responsabilidades, mais fardos a carregar, então, optamos por aquela ajudinha extra. É quando, por exemplo, diante de um diagnóstico de diabetes, o paciente prefere aumentar as doses de insulina para comer o que quiser, como se não fosse portador da moléstia, sobrecarregando ainda mais a frágil fisiologia. O mesmo pode ser dito sobre várias outras doenças como a hipertensão arterial que também requer adequação alimentar, dores musculares ou articulares que poderiam se beneficiar muito mais de atividade física regular do que do uso de analgésicos ou antiinflamatórios, enxaquecas ou distúrbios hormonais que requerem adequação do estilo de vida, entre tantas outras. A questão a que resistimos em enfrentar é a nossa responsabilidade sobre a nossa saúde que é uma construção diária baseada em atitudes do dia a dia como alimentação, respiração, atividade física, hidratação, higiene física e mental, lazer, sono, atividades sociais, afeto e por aí vai.
O uso indiscriminado de medicamentos sem a necessária contraparte da mudança de hábitos resulta numa saúde apenas remediada, o que não é nem de longe o ideal. Até porque a abrangência dos fármacos se resume à esfera física e fisiológica do ser, sendo que nossa saúde transcende estes limites e necessita de abordagens que atinjam o nosso cerne, nossa essência, a forma como pensamos, como agimos, como nos colocamos na vida. Esta esfera, vamos nomear aqui de esfera energética do ser, de onde emanam os hábitos pernicioso ou salutares, ou seja, de onde parte a saúde ou a doença de forma integral. Algumas terapêuticas se mostraram muito eficazes no enfrentamento dos desequilíbrios nesta área, restaurando a harmonia e promovendo ações pedagógicas do ponto de vista de primar pela mudança para hábitos mais saudáveis e mais sintonizados com a energia e o modo de ser de cada um. Um exemplo que apresentamos aqui é o que vem da antiga sabedoria da medicina oriental, com seu arsenal de técnicas reequilibradoras como a acupuntura, a moxaterapia, a ventosaterapia, o aconselhamento nutricional, entre tantas outras.
As assim chamadas medicinas integrativas, tratam o ser como um todo, não se baseando apenas nos sintomas apresentados ou na queixa de momento, identificando desequilíbrios que já se manisfestaram na forma de doenças, bem como aqueles que ainda se encontram silenciosos, mas que já lançam suas raízes. Desta forma, a medicina oriental visa fortalecer o organismo para que este reencontre suas forças de autocura e se reequilibre, fortalecendo-o ao mesmo tempo em que o ajuda a se curar. Assim, um tratamento por acupuntura é ao mesmo tempo curativo e preventivo, resgatando o bem-estar e o equilíbrio fisiológico, sem entrar em conflito com as demandas da vida moderna ou com o uso de medicamentos.